foto de Spencer Tunick

sexta-feira, 4 de março de 2011

25.02.2011

O meu otimismo se expressa da seguinte forma: a vida tem apenas uma condição pra se tornar boa, é necessário se descobrir uma farsa. Dito isto, passo a dissecar uma dissertação. A farsa em minha vida se dá de tal maneira que me imponho escrever estas linhas tão rapidamente pra que minhas próprias ideias não sejam corrompidas por ideias alheias ou pelo esquecimento. A vida se me mostrou pelas vias clichês (e não, pode parecer loucura pra alguns religiosos, mas não ‘tou em meu inferno astral, seja lá que diabo isso for), posso chamar de epifania, mas estaria pensando em Clarice Lispector e, vai vendo, não sou ela! Minha vida se me mostrou d’uma maneira feia pros meus olhos, do que se depreende eu não saber diferenciar o que sou eu em meu ser. Não sei se sou introvertido ou se perpetuo uma depressão. Não sei por que não devo julgar os outros se minha concepção de mundo, se minha ideologia, se minha existência acontece de forma distinta da de um cachorro apenas na medida em que olho o mundo e julgo o que me faz bem. Às vezes me pego dando conselhos amorosos, mas quem sou eu, o que vivi, qual a quantidade de experiências amorosas que já tive pra ter a coragem e a não vergonha-na-cara de dar palpite nos casos dos outros? que tipo de música eu gosto? que tipo de livro? aliás, eu sei ouvir uma música, eu gosto de ler? Eu faço o que faço porque tenho de vontade de fazer ou porque minha cabeça imatura não sabe diferenciar o que gosto do que não? Eu prefiro o humano que se aceita como animal ou o mundo da razão que me coloca por sobre outras formas de vida? Devo ter uma visão universalista e sair por aí pregando ter a pessoa o direito à vida digna, ou devo relativizar e respeitar as diferentes culturas, o costume indígena por exemplo? Talvez a vida esteja aí pra não ser nada, pra estar sendo, ou talvez esta seja apenas uma manifestação do meu pseudo conhecimento e admiração da fenomenologia. Já meu pessimismo se expressa da seguinte forma: eu não sou pessimista, sou triste.

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