foto de Spencer Tunick

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O amor nos tempos do iphone

tu acabou de me ligar
e dei vida à mentira
de pelúcia chamada destino

(sem título)

te sonharia
caso pudesse
pensar

em outra coisa senão tu.

sábado, 7 de maio de 2011

Monólogo a dois

tu não precisas cumprir meticulosamente tua burocracia, Paula! Essa de ficar esboçando mentiras não ressoa qualquer acorde desinteressado em mim. Eu sei o que tu queres e, hoje, quero também. Então vens.

domingo, 1 de maio de 2011

Je ne suis pas prisonnier de ma raison

“(...) Não me creio indo para um casamento com Jesus Cristo por sogro.
Não sou prisioneiro da minha razão. Disse: Deus. Quero a liberdade na salvação: como obtê-la? Os gostos frívolos me deixaram. Não é mais necessária a devoção nem o amor divino. Não sinto falta da moda dos corações sensíveis. Cada um tem sua razão, desprezo e caridade: mantenho o lugar no topo dessa angélica escada de bom senso.
(...) Deveria ter meu inferno pela cólera, meu inferno pelo orgulho - e o inferno da carícia; um concerto de infernos.
Morro de lassidão. É a tumba, vou para os vermes, horror dos horrores! Satã, farsante, queres me diluir com teus feitiços. Me queixo. Me queixo! Um golpe do tridente, uma gota de fogo.
Ah! voltar à vida! Lançar os olhos sobre nossas deformidades. E este veneno, este beijo mil vezes maldito! Minha fraqueza, a crueldade do mundo! Meu Deus, piedade, esconde-me, me aguento mal! - Estou oculto e não estou.
É o fogo que cresce, com seu condenado”.

(in Uma temporada no inferno, página 37 e 47, de Arthur Rimbaud)